quarta-feira, 30 de maio de 2012

E fomos apresentadas a Moscou:

Praça Vermelha, Convento Novodeviski, Colina dos Pardais e Parque da Vitória


Nossa primeira manhã em Moscou começou com um laudo e tumultuado café da manhã no hotel (já disse no post anterior que ninguém respeita fila por aqui), um baile para tirar dinheiro com o cartão VTM em um ATM em russo (até encontrar a palavra mágica: English). Encontramos então o guia Igor (que falava português) na recepção do hotel para o city tour incluso no pacote da Tchayka.  Apesar de não ter comprado tour privado, fomos somente eu e a Gabi acompanhadas pelo guia e o motorista. Isto se repetiu em todos os outros passeios que fizemos. Veja o mapa do que nos foi apresentado:



Visualizar Russia-Moscou I em um mapa maior


A primeira parada não poderia ser outra senão a Praça Vermelha. Acho que ao ver as cúpulas da Catedral de São Basílio  foi quando caiu a ficha pela primeira vez: “putz, estamos na Rússia!” Foi muito legal, e bem emocionante, afinal a Rússia era um sonho antigo meu e da Gabi. Havíamos prometido vir juntas aqui em 1996. Quinze anos depois, cá estamos nós.
 

A Praça vermelha é o coração de Moscou. No eslavo Krasnaia, além de “vermelha” significava também “formosa”. Toda a história russa passa por esta praça, desde os czares, passando por Napoleão que ali passou em revista as suas tropas, correu o sangue dos operários em 1917, a parada da vitória em 1945, as paradas militares da época soviética até as atuais comemorações do Dia da Vitoria. E nós ali, no meio de toda esta história, não sabendo para que lado olhar e fotografar. Na nossa mente surgiram os sons dos acordes, sinos e canhões do final da Abertura 1812 de Tchaikovisky.
 
 
De um lado os muros e torres do Kremlin, que visitaríamos no dia seguinte...


... do outro lado o GUM a Loja de Departamento do Estado da época soviética, transformada hoje em um Shopping de luxo ...


... as nossas costas a Catedral de São Basílio, construída na época de Ivã (o terrível), um símbolo da Rússia que vemos em todos os postais, mas que nos surpreende quando estamos frente a ela...


... a nossa frente o  Museu de História do Estado, um prédio do século XIX, ...


... a Porta da Ressurreição, de 1680 ...


 ... e a Capela da Virgem de Kazan de 1637, estas duas últimas demolidas na época de Stalin para a passagem de tanques de guerra e reconstruídas posteriormente.  


Ao lado das muralhas do Kremlin, o imponente Mausoléu de Lenin ...


... e os túmulos de  Stalin e de todos os outros “comunistas famosos".


Quando estávamos indo embora, notamos uma pequena parada militar na frente do túmulo de Lenin. Foi interessante ver uns senhores idosos de uniforme com tantas medalhas, mas tantas, que quase cobriam o peito inteiro.


Não visitamos internamente nenhum desses lugares. Segundo o guia poderia ser feito à tarde no nosso tempo livre, mas tínhamos outros planos...

No caminho para o Convento Novodévitchi  passamos pela praça Loubianka, onde fica o prédio da antiga KGB, sede da polícia secreta da antiga URSS (lembra os filmes do James Bond?) ...


... e vimos também a Igreja do Cristo Salvador. Ela foi inaugurada em 1889, com capacidade para 10 mil pessoas. Foi dinamitada em 1931 e em seu lugar apareceu uma piscina. Foi reconstruída no mesmo local na década de 1990. “Ah... estes comunistas”...


Descemos no lago do Convento Novodévitchi. Ai ficaram reclusas a meia irmã, Sophia, e a primeira esposa, Yevdokia, de Pedro, o grande. Ao lado do convento fica o cemitério do mesmo nome, onde estão sepultados pessoas importantes da cultura e política Russa. Na época soviética, eram sepultados ai pessoas eminentes, mas que as autoridades julgavam que não eram elegíveis para as paredes do Kremlin (como Nikita Khrushchev, que dirigia a URSS na época da guerra fria). Também não entramos no convento nem no cemitério.


O guia Igor nos contou que o lago é conhecido como "o lago dos cisnes" porque teria sido lá que Tchaikovsky teve a inspiração para o seu famoso balé, quando viu dois cisnes, um branco e um negro. Será? Nós vimos apenas meia dúzia de patinhos. Alguns artistas também se inspiram com a bela paisagem e até compramos uma gravura por lá.


Seguimos então para a Colina dos Pardais, onde fica a Universidade Estadual de Moscou ...


... e de onde se tem uma bela vista da cidade, da Reserva Natural Vorobyovy Gory e do Estádio Olímpico Luzhniki, anteriormente chamado Estádio Central Lenin, o maior da Rússia.


Foi novidade ver um casal de noivos tirando fotos nos locais turísticos, com um carro todo enfeitado (e olha que este foi um dos mais simples que vimos). Notamos depois que é uma prática comum aqui na Rússia. Acho que todo mundo aproveita os meses de verão para casar, para as fotos não ficarem em branco e preto.
 











Nossa última etapa do city tour foi o Park Pobedy (Parque da Vitória), construindo para comemorar os 50 anos da vitória na Grande Guerra Patriótica (que é como eles chamam a II Guerra Mundial). Quando o guia começou a explicar ele disse: “Este monumento começou a ser idealizado em 1943...” e a Gabi logo interrompeu com “Mas a guerra na Europa não acabou em 1944?” e ele, sem titubear, respondeu “É que os russos já estavam tão certos da vitória em 43 que começaram a planejar”. Bastante confiantes estes russos, não?

Faz parte do complexo um museu sobre os acontecimentos de 1941-1945, ...


... a onipresente chama eterna em homenagem ao soldado desconhecido, ...


... a Praça dos Vencedores, com a figura alegórica da Deusa da Vitória,...


... um obelisco de 142 m, cada 10 cm  representando 1 dia da guerra,...


... além de uma igreja ortodoxa, uma mesquita e uma sinagoga, homenagem aos povos que auxiliaram a Rússia na guerra.

Ah, e mais um casal de noivos fazendo suas homenagens...











City tour é assim mesmo, vemos um monte de coisas que com certeza não veríamos por conta própria no mesmo espaço de tempo, mas um pouco frustrante por não termos nenhuma autonomia. Terminamos no cais Ult’inky Most , com uma aula de como voltar para o hotel de metrô (ah estes guias...).


Ai sim, como eu gosto, por nossa conta e risco fizemos como na música Winds of Change, do Scorpions:  “Following the Moskva down to Gorky Park”.  Mas isto ficará para um próximo post...


Veja também os posts anteriores desta viagem: