Praça Vermelha, Convento Novodeviski, Colina dos Pardais e Parque da Vitória
Nossa primeira manhã em Moscou começou com um
laudo e tumultuado café da manhã no hotel (já disse no post anterior que
ninguém respeita fila por aqui), um baile para tirar dinheiro com o cartão VTM
em um ATM em russo (até encontrar a palavra mágica: English). Encontramos então o guia Igor (que falava português) na recepção do hotel para o city
tour incluso no pacote da Tchayka. Apesar
de não ter comprado tour privado, fomos somente eu e a Gabi acompanhadas pelo
guia e o motorista. Isto se repetiu em todos os outros passeios que fizemos. Veja o mapa do que nos foi apresentado:
A primeira parada não poderia ser outra senão a Praça
Vermelha. Acho que ao ver as cúpulas da Catedral
de São Basílio foi quando caiu a
ficha pela primeira vez: “putz, estamos na Rússia!” Foi muito legal, e bem
emocionante, afinal a Rússia era um sonho antigo meu e da Gabi. Havíamos prometido
vir juntas aqui em 1996. Quinze anos depois, cá estamos nós.
A Praça vermelha é o coração de Moscou. No
eslavo Krasnaia, além de “vermelha” significava também “formosa”. Toda a
história russa passa por esta praça, desde os czares, passando por Napoleão que
ali passou em revista as suas tropas, correu o
sangue dos operários em 1917, a parada da vitória em 1945, as paradas militares da época soviética até as atuais
comemorações do Dia da Vitoria. E nós ali, no meio de toda esta história, não
sabendo para que lado olhar e fotografar. Na nossa mente surgiram os sons dos acordes,
sinos e canhões do final da Abertura 1812 de Tchaikovisky.
De um lado os muros e torres do Kremlin, que visitaríamos no
dia seguinte...
... do outro lado o GUM a Loja de Departamento do Estado da
época soviética, transformada hoje em um Shopping de luxo ...
... as nossas costas a Catedral de São Basílio, construída
na época de Ivã (o terrível), um símbolo da Rússia que vemos em todos os
postais, mas que nos surpreende quando estamos frente a ela...
... a nossa frente o Museu
de História do Estado, um prédio do século XIX, ...
... a Porta da Ressurreição, de 1680 ...
... e a Capela da
Virgem de Kazan de 1637, estas duas últimas demolidas na época de Stalin para a
passagem de tanques de guerra e reconstruídas posteriormente.
Ao lado das muralhas do Kremlin, o imponente Mausoléu de
Lenin ...
... e os túmulos de Stalin e de todos os outros “comunistas famosos".
Quando estávamos indo embora, notamos uma pequena
parada militar na frente do túmulo de Lenin. Foi interessante ver uns
senhores idosos de uniforme com tantas medalhas, mas tantas, que quase cobriam
o peito inteiro.
Não visitamos internamente nenhum desses lugares. Segundo o
guia poderia ser feito à tarde no nosso tempo livre, mas tínhamos outros planos...
No caminho para o Convento Novodévitchi passamos pela praça Loubianka, onde fica o prédio da antiga
KGB, sede da polícia secreta da antiga URSS (lembra os filmes do James Bond?) ...
... e vimos também a Igreja do Cristo Salvador. Ela foi
inaugurada em 1889, com capacidade para 10 mil pessoas. Foi dinamitada em 1931
e em seu lugar apareceu uma piscina. Foi reconstruída no mesmo local na década
de 1990. “Ah... estes comunistas”...
Descemos no lago do Convento Novodévitchi. Ai ficaram
reclusas a meia irmã, Sophia, e a primeira esposa, Yevdokia, de Pedro, o grande. Ao
lado do convento fica o cemitério do mesmo nome, onde estão sepultados pessoas
importantes da cultura e política Russa. Na época soviética, eram sepultados ai
pessoas eminentes, mas que as autoridades julgavam que não eram elegíveis para
as paredes do Kremlin (como Nikita Khrushchev, que dirigia a URSS na época da
guerra fria). Também não entramos no convento nem no cemitério.
O guia Igor nos contou que o lago é conhecido como "o
lago dos cisnes" porque teria sido lá que Tchaikovsky teve a inspiração
para o seu famoso balé, quando viu dois cisnes, um branco e um negro. Será? Nós vimos apenas
meia dúzia de patinhos. Alguns artistas também se inspiram com a bela paisagem e até
compramos uma gravura por lá.
Seguimos então para a Colina dos Pardais, onde fica a
Universidade Estadual de Moscou ...
... e de onde se tem uma bela vista da cidade, da Reserva
Natural Vorobyovy Gory e do Estádio Olímpico Luzhniki, anteriormente chamado Estádio
Central Lenin, o maior da Rússia.
Foi novidade ver um casal de noivos tirando fotos nos locais
turísticos, com um carro todo enfeitado (e olha que este foi um dos mais
simples que vimos). Notamos depois que é uma prática comum aqui na Rússia. Acho
que todo mundo aproveita os meses de verão para casar, para as fotos não
ficarem em branco e preto.
Nossa última etapa do city tour foi o Park Pobedy (Parque da
Vitória), construindo para comemorar os 50 anos da vitória na Grande Guerra
Patriótica (que é como eles chamam a II Guerra Mundial). Quando o guia começou
a explicar ele disse: “Este monumento começou a ser idealizado em 1943...” e a
Gabi logo interrompeu com “Mas a guerra na Europa não acabou em 1944?” e ele,
sem titubear, respondeu “É que os russos já estavam tão certos da vitória em 43
que começaram a planejar”. Bastante confiantes estes russos, não?
Faz parte do complexo um museu sobre os acontecimentos de
1941-1945, ...
... a onipresente chama eterna em homenagem ao soldado
desconhecido, ...
... a Praça dos Vencedores, com a figura alegórica da Deusa
da Vitória,...
... um obelisco de 142 m, cada 10 cm representando 1 dia da guerra,...
... além de uma igreja ortodoxa, uma mesquita e uma
sinagoga, homenagem aos povos que auxiliaram a Rússia na guerra.
Ah, e mais um casal de noivos fazendo suas homenagens...
City tour é assim mesmo, vemos um monte de coisas que com
certeza não veríamos por conta própria no mesmo espaço de tempo, mas um pouco frustrante
por não termos nenhuma autonomia. Terminamos no cais Ult’inky Most , com uma
aula de como voltar para o hotel de metrô (ah estes guias...).
Ai sim, como eu gosto, por nossa conta e risco fizemos como
na música Winds of Change, do Scorpions: “Following the Moskva down to Gorky Park”. Mas isto ficará para um próximo post...
Veja também os posts anteriores desta viagem:
Deve mesmo ser fantástica a sensacão de chegar na praça vermelha e ver as torres da catedral de São Basílio e o Kremlin..
ResponderExcluirOscar,
ExcluirObrigada pela visita. Realmente, pra mim que sou mais velha, passei a infancia ouvindo falar da cortina de ferro, sou apaixonada pelo bale e compositores russos, pisar na praça que representa toda esta história foi incrivel.
Flora, saiba que tem em Portugal uma leitora fiel :) Gosto muito do seu blog porque também adoro viajar. Encontrei-o por acaso, quando estava a pesquisar sobre a Turquia. Para além das óptimas dicas sobre Istambul, adorei todos os outros posts, pelo que fui lendo o blog todo! :)
ResponderExcluirBjnhs, e continue a partilhar as suas viagens.
zozô
ExcluirObrigada pela visita. É uma honra para mim ter uma leitora fiel de Portugal. Gosto muito deste país, e vou sempre a Lisboa, pois tenho um irmão que mora lá. Preciso fazer um post sobre Portugal. Na volta da viagem a Turquia fiquei uma semana curtindo esta terra maravilhosa.
Puxa, acho que este ano a Rússia foi invadida pelos brasileiros... acho que estivemos lá na mesma semana. Adorei seu blog!
ResponderExcluirOlá Pedro,
ExcluirMuito obrigada pela visita. Apareça sempre. Estivemos lá nesta mesma época no ano passado.
Um grande abraço
Oi pessoal! Sou russa, moro em Moscou e trabalho como guia turistica. Falo portugues e ingles. Se alguem precisar de servico de guia e acompanhamento nos lugares turisticos, ajudo a vcs com muito prazer!
ResponderExcluirAtenciosamente,
Olga. Meu email olinha@list.ru